Cortes
Vamos
começar com a fatídica palavra “Corte”.
Os
economistas e vários especialistas adoram usá-la para orientar pessoas com
dívidas ou problemas orçamentários diversos. Basta “Cortar”, dizem eles.
A
palavra “Cortar” me dá uma aflição corporal natural. Ela pressupõe eliminar,
extirpar, amputar. Ou seja, quando se corta, aquilo que foi cortado deixa de
existir ou ser funcional.
Mesmo
que um corte seja pequeno e não tão profundo, dói. Sem querer ser dramático,
mas sendo, vamos lembrar um experiência simples. Pessoas da minha geração vão
entender muito bem isso.
Já
apontaram um lápis com lâmina de barbear?*
Quantas vezes você cortou o dedo, acidentalmente fazendo isso? É um corte fino e profundo de ação rápida, mas a sensação da dor é lancinante. E o sangue flui rápido e envolvemos o dedo num pedaço de papel qualquer até estancar. E naquela época ainda tinha o tal Merthiolate de cor vermelha. Quem usou sabe como isso ardia. Depois coloca-se um curativo e ficamos a todo momento olhando para o dedo machucado.
Quantas vezes você cortou o dedo, acidentalmente fazendo isso? É um corte fino e profundo de ação rápida, mas a sensação da dor é lancinante. E o sangue flui rápido e envolvemos o dedo num pedaço de papel qualquer até estancar. E naquela época ainda tinha o tal Merthiolate de cor vermelha. Quem usou sabe como isso ardia. Depois coloca-se um curativo e ficamos a todo momento olhando para o dedo machucado.
Pois
é! Um simples corte no dedo com lâmina de barbear já uma experiência
sui-generis; imagine quando se tratar de uma amputação de um membro.
Imagine você fazendo um corte no seu dedo
voluntariamente. Agora relacione essa experiência quando se trata de cortar
despesas que não devem ser cortadas “voluntariamente”.
Nem
sempre é necessário cortar algo no orçamento, principalmente por que algumas
ações fazem parte do cotidiano e são necessárias, mesmo que a renda esteja
reduzida. E cortá-las só por que um economista da TV disse ou impôs, não vai
ajudar em nada na conquista do equilíbrio orçamentário. Antes só vai causar
maior frustração. E a pessoa vai burlar as medidas impostas de um jeito ou
outro. Funciona como se um médico disser para uma pessoa que recém descobriu
estar diabético, que não coma doces de modo algum, sob quaisquer circunstâncias.
Mulher Beleza |
Se
você tem o hábito de fazer as unhas em uma manicure todas as semanas e suas
despesas pessoais estão altas e/ou os rendimentos baixos,você deve cortar o
hábito de fazer as unhas todas as semanas?
Cortes
em despesas funcionam quando um hábito é prejudicial à saúde ou a relação
custo/benefício tende para um custo alto em contrapartida do benefício. E a
expectativa de conforto ficou apenas na memória, mas já não é mais real.
Um
exemplo clássico e comum é o hábito de fumar ou fazer uso de bebidas
alcoólicas.
Se
não se tem esse hábito ou há decisão de não tê-los, então aí está o corte. Não
haverá despesas neste item de consumo. O mesmo se dá em relação ao consumo de
determinados alimentos e outras bebidas. Ou qualquer outro hábito de consumo
que decidiu não mais ter como despender dinheiro com os famosos jogos de azar.
Também
hábitos que afetam indiretamente o orçamento, como uso do tempo com coisas
fúteis e inúteis podem ser cortados.
Resumindo,
o “Corte
nas despesas” significa não tê-las mais em seus próximos orçamentos.
*para quem não passou por essa
experiência, certamente já deve ter se cortado com uma faca bem afiada na
cozinha.
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