Lazer é "vício"?


Fonte: Games e Sociedade
Algumas matérias sobre finanças são bem tendenciosas e outras carecem de objetividade.
Quando falaram sobre quanto cada pessoa gasta em determinado “vício”, classificaram como “vício” uma pessoa que investe em sua saúde, praticando esporte, indo à academia e comprando revistas afins. Se me lembro passou no Fantástico do último domingo.

Gostei da resposta da entrevistada (julgada como viciada em academia) à repórter: “ Eu prefiro gastar nisso a gastar em baladas e bebidas e ficar doente por aí”

É fácil no primeiro olhar classificar como gastador ou
consumidor irresponsável  um colecionador ou alguém com o perfil da pessoa entrevistada.

No meu próximo livro, reservo um capítulo sobre o assunto. Mas essa matéria me cutucou e não posso deixar em branco.

Ora, há vícios e “vícios”. Um colecionador pode ser considerado como um “viciado”? Ou um consumista irresponsável? E quem tem o hábito do happy-hour? Para muitos é “sagrado”!
Não considerando os hábitos patológicos, aqueles compulsivos, o que se pode chamar de consumo vicioso?

Vale lembrar que a palavra mais usada em Economia Doméstica é “equilíbrio”
Portanto, assim como a consumidora acima citada não se sente culpada por isso, qualquer consumidor que gasta o que desejar em algo que lhe proporcione bem estar físico saudável e emocional saudável; não está gastando e sim investindo.

Qual é o ponto de equilíbrio? É saber que as necessidades de suporte são supridas adequadamente. Dessa forma, o valor gasto ou investido em outras coisas, não será necessariamente prejuízo ou antieconômico, como a reportagem sugeriu.

Será prejuízo quando a hobby, ou “vício” se tornar prioritário em detrimento das necessidades de suporte. Ou quando não faz outra coisa além de viver em para e em função do lazer ( ou hobby) sem a contrapartida de produzir, trabalhar ou estudar ( ou até mesmo se alimentar).

Agora, uma “palhinha” sobre o assunto, em meu próximo livro:
Não Mexa no meu tomate – Reflexão sobre consumo no conceito da Economia Familiar
Lançamento previsto: Bienal de São Paulo – 2012

I – O poder do consumidor

3. Seu salário e a economia mundial

“Como seu salário e a forma como você o gasta, influencia a economia mundial.
A.     Primeiro exemplo:
  •    João gasta duzentos e cinqüenta reais por mês em bebidas, num bar, com seus amigos.
O que podemos dizer sobre isto?
Quais os desdobramentos desta atitude?
Vejamos:
Para o dono do bar, ele gerou um faturamento de duzentos e cinqüenta reais e fez circular sua mercadoria.
Para a distribuidora de bebidas, gerou mais pedidos para aquele estabelecimento.
Para indústria, idem. Sairá de seus estoques para reabastecer o equivalente em bebidas para atender o consumo de João.
Os duzentos e cinqüenta reais serão distribuídos, entre o dono do bar, a distribuidora, a indústria e o governo, pelos impostos embutidos.
  •  João gasta duzentos e cinqüenta reais por mês em bebidas, num bar, com seus amigos e sua renda mensal é de seiscentos reais.
Muda alguma coisa neste comportamento?
Não necessariamente. O que podemos dizer disso? Nada. O dinheiro é dele.
  •    João gasta duzentos e cinqüenta reais por mês em bebidas, fiado, num bar, com seus amigos e sua renda mensal é de seiscentos reais.
E agora?Quais seriam as conseqüências?”



Por enquanto é só. Aguardem lançamento.

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