Considerações Sobre Empréstimos


Fonte: Jus Navigandi
Desde que o sistema financeiro liberou empréstimos para pessoa física, com facilidades, muitas pessoas se beneficiaram. No início.
Não há que julgar certo ou errado, nem dizer como o comprador deverá usar o dinheiro tomado como empréstimo.
Não é uma questão de terceiros, nem da loja que vende o produto, nem do vendedor que formalizou a venda ou de qualquer outra pessoa.
Porém, como há muitos endividados por causa desta modalidade de financiamento, há necessidade de se falar a respeito.
A partir do primeiro, mesmo antes de terminar de pagá-lo, há necessidade de mais um e assim por diante. Uma ciranda.
Assim, um produto que nasceu para gerar benefícios, tem causado danos sérios nos orçamentos domésticos e tem criado uma multidão de endividados.

1. Lojas que Vendem Dinheiro.
Os empréstimos para pessoa física não são

por si só ruim, nem as financeiras e nem os bancos. Estes são estabelecimentos legalizados, são lojas que vendem um produto, assim como uma loja de eletrodomésticos. Esse produto é o dinheiro. 
Fonte: Jangadeiro On Line

A diferença é que você não tem como comprá-lo a vista, pois se assim fosse, não teria a necessidade de ir á estas lojas.
O dinheiro que estas lojas vendem tem um preço. O preço são os juros, dependendo do valor e do tempo estipulado para pagá-lo.
Da mesma forma em que uma loja de eletrodomésticos tem concorrência com serviços e preços diferenciados, há também preços e serviços concorrentes entre as lojas que vendem dinheiro. 


Há também lojas clandestinas que vendem o dinheiro muito mais fácil, porém muito mais caro e com serviço de cobrança muito perverso. São os agiotas. Estes sim não beneficiam ninguém além deles mesmo. 


E o mercado é profuso e abundante. Por que há uma multidão de clientes novos e antigos.
Podemos traçar perfis negativos dos bancos e das financeiras. 


Assim como as lojas que oferecem outros produtos e serviços, as que vendem dinheiro também estão sujeitas às regras do Código de Defesa do Consumidor. Toda vez que essas regras são quebradas, o consumidor deve acionar a justiça em seu favor. 


Há as lojas, há o produto, há o cliente e a necessidade do cliente pelo produto.
Uma loja, para atrair o cliente, deve chamar sua atenção de alguma forma e o faz através da mídia. 


Mas só há a interação da loja com o cliente quando este decide ir até o estabelecimento, conhecer o produto, seu valor e forma de pagamento.
A decisão pela compra é sempre do cliente, não importa o quanto persuasivo seja o vendedor ou a propaganda.

2. Para Que Serve o Empréstimo?

Quando se abre uma loja para vender qualquer produto, o objetivo final é o lucro.
Um motivo para se liberar empréstimos para a pessoa física é para financiar o consumo fomentando assim o comércio e a indústria.
Muitas lojas e empresas de serviços têm seu próprio sistema de financiamento. O propósito é o mesmo, financiar o consumo.
Outro motivo é para financiar a produção de pequenos negócios já existentes, a criação de novos, estudos, cursos e vários outros projetos de geração de lucro posterior.

3. Fazendo do Empréstimo Um Benefício.
Você se lembra da primeira vez em que fez um empréstimo de valor significativo?
Lembra-se em que foi usado o dinheiro? 


Considero a modalidade “empréstimo para consumo” temerário e não o recomendo, apesar de todos os esforços do sistema financeiro dizer que isso fomenta o comércio e a produção.
Não recomendo por que já existe uma alternativa de financiamento para consumo nas próprias lojas onde determinados produtos são comercializados. 


O que você deveria então fazer com seu empréstimo?
Investimentos. Use seu empréstimo como investimento.

Investir significa usar um capital para gerar lucro futuro. Usar em produção, em algo que aumentará seu patrimônio financeiro ou em algo que adicione valor ao que já possui. 

Um exemplo disso é fazer empréstimo para construção de uma casa, compra de um veículo para usá-lo com fins produtivos; financiar faculdade, cursos técnicos, cursos de aprimoramento, maquinários, compra de um imóvel, etc.
Todo  investimento em produção pode gerar lucro, se bem administrado.

4. As perguntas que todo consumidor de empréstimos deveria fazer antes de contraí-lo é:

A. Pare que usarei o empréstimo? Em que projeto? Para quem? Com quem?
B. Qual o montante necessário?
C. O benéfico que pretendo alcançar será em curto, médio ou longo prazo?
C. Meu patrimônio será aumentado?  Terei lucro?
E. Tenho o suficiente para manter minha estrutura básica ou usarei parte do empréstimo também para esse fim?
F. Pergunta padrão: Terei economia ou dívidas tomando um empréstimo?

5. Sua decisão, sua Responsabilidade.
Como pode verificar, não é o empréstimo que é ruim.
Um empréstimo será tão bom ou ruim quanto o uso que se fizer dele. Ou administrá-lo.
E quem decide isso, não é a mídia, nem a financeira, ou o vendedor ou o cobrador, nem o advogado e nem o juiz. A responsabilidade é toda de quem o tomou. Do início ao fim.
Há muitas razões para que um consumidor faça um empréstimo.
E todas serão validas, por que a vontade de cada um é soberana.
Contudo, o consumidor que usar empréstimos como investimento para produzir lucro e/ou aumentar seu patrimônio, terá muito mais vantagens sobre os demais que o usam apenas para consumo, pagar contas ou quitar suas dívidas*.


* Com respeito a pagamento de dívidas, o empréstimo será um benefício quando  for para quitar uma dívida maior do que o empréstimo tomado, em relação à taxa de juros e o tempo para quitá-lo.

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