Liberdade em Consignação


Imagens Troll.ME
Na época da hiper inflação, trabalhei como vendedor de consórcios no antigo Consórcio Nasser, (1981). Vender consórcios era desafiador, pois as parcelas aumentavam mês a mês.
O gerente de vendas, supervisores de equipe e diretores travavam uma batalha intensa para motivar suas equipes e tentar “mascarar a crise” ou pelo menos tentar mostrar que, em crise “se trabalha mais para ir avante”. “Parar em tempo de crise é suicídio”. Eram tempos difíceis.
Quando houve a transição do Collor para Fernando Henrique, ou seja, cruzeiro para o real, havia retração na economia também. Naquela época eu trabalhava no Jornal Primeira Mão e também lançava meu próprio jornal de anúncios de bairro. Os comerciantes se escondiam dos clientes. Vender anúncios era outra batalha. Mesmo na televisão, os comerciais de certas marcas e produtos eram o mesmo durante muito tempo. As empresas não renovavam suas campanhas. Preferiam manter
o mesmo formato até a exaustão a investir em nova campanha.

Em tempos de crise, o que mais prejudica não é o fato em si mesmo, mas o medo das perdas. Tem um fator psicológico muito forte.

Quando isso ocorre  - eu dizia em meus editoriais- seria melhor que os comerciantes fechassem suas portas, ficassem em baixo de suas camas, e só saíssem depois que a crise passasse. Hoje em dia ainda há quem pense assim. Felizmente são poucos.

Hoje em dia não há hiper inflação, porém, em plena crise mundial, no Brasil, há uma aparente tranqüilidade econômica.
Mas há uma crise nas famílias e indivíduos, igual aos demais no mundo (principalmente os funcionários públicos e aposentados), com saturação de salários com empréstimos consignados, sem margem para uma nova negociação e  inclusos no SPC e no SERASA.

E continuam a dizer que empréstimos consignados aquecem a economia.
Como várias pessoas e famílias inaptas para obter crédito podem aquecer a economia?
Aumentariam a margem para poderem que possam vender suas dívidas e ainda sobrar para consumo? Diminuiriam as taxas de juros para atrair novos demandantes?

O empréstimo consignado pretende aquecer a economia, só que no verão. E quem o toma,quando mais precisar deste calor econômico, ficará com frio no inverno de suas dívidas por causa das margens perdidas!

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