Equívocos Comuns em Finanças Familiares

Fonte: Foto Aqui
Desde que iniciei minhas atividades em consultoria tenho identificado alguns equívocos comuns, tanto em famílias com baixa renda como nas que possuem renda alta.
Na verdade, meu objetivo era apenas trabalhar com assalariados com renda até quatro salários mínimos. Contudo, me surpreendi ao ser solicitado por profissionais liberais cuja renda ultrapassa dez salários mínimos.
Maior surpresa foi saber que nesta faixa as dívidas chegam a ser de cinqüenta por cento do valor da renda. Em alguns casos setenta por cento.
Eis aqui cinco equívocos comuns, que
também são mencionados no livro “Salário & Prosperidade”:
1. Equivoco de Prioridades
Não há uma decisão prévia para alocação dos recursos.
O importante para muitas famílias é comprar algo novo, ou por que está em oferta ou por que “acha” que precisa trocar algum item antigo.
Exemplo:
Uma família tinha por desejo (não uma meta) ampliar e reformar a casa em 2009 e solicitou meus serviços para ajudar no planejamento ainda em dezembro de 2008.
Ora, nem bem chegamos a metade do mês de janeiro, eis que, ao visitá-la, encontro uma caixa enorme com uma televisão de 29 polegadas novinha para substituir a antiga de 24 polegadas comprada há três anos, por que afinal, segundo a dona da casa, "ela já deu tudo o que tinha que dar”.
Trocar a televisão não seria nada mal não fosse o fato de que sua casa é quase um cubículo, onde a sala mal cabe quatro pessoas no sofá, e possui apenas mais um quarto, uma cozinha apertada e um banheiro e ainda há uma televisão extra no quarto de boa qualidade. Isso posto que a prioridade era a reforma da casa.

2. Interferência Emocional Romântica:
Esse problema acontece muito com mulheres divorciadas ou solteiras, cujo companheiro ou namorado influencia no uso da renda, não raro em proveito pessoal, dando em troca apenas afetividade e pouco trabalho ou apoio em despesas comuns.
Algumas mulheres não recebem pensão em dia e compromete todo o planejamento,quando há um.
Muitas delas assumem compromissos como reforma da casa, compra de móveis novos, estética, roupas e acessórios para agradar o namorado ou parceiro, na tentativa de ter um relacionamento duradouro e seguro.
Quando esta expectativa não se concretiza, surgem cartões de crédito estourados, muitas dívidas , lágrimas e emoções descontroladas.Estes casos são difíceis por conta disso, pois a primeira coisa a se fazer é conseguir o controle emocional.
A tendência é maior gasto com medicamentos ou consultas ao analista, dependendo de cada caso ou nível social.
Exemplo 1:
Uma profissional liberal com renda alta, tinha uma despesa de até oitenta por cento de sua renda e solicitou meus serviços para que pudesse diminuir suas despesas para sessenta por cento.
Na avaliação geral não consegui encontrar vazamentos significativos, até ela mencionar seu namorado com quem havia decidido morar junto.
Seus gastos extras começaram a partir dessa decisão. Em contrapartida, o namorado ainda não sabia se era isso que queria, mas ela priorizou seus gastos como sendo uma decisão comum e certa.
Exemplo 2:
Uma mulher madura ,trabalhadora e guerreira, após um ano de divórcio conturbado, iniciou um novo relacionamento em que ajudava com as despesas do namorado durante um ano vivendo juntos. Ela foi trocada por outra.
Não herdou dívidas, porém entrou em depressão e virou consumista como fuga emocional. Solicitou minha ajuda para conseguir o equilíbrio financeiro. Alguns conselhos básicos e práticos foram dados para um inicio de controle financeiro, mas constatei que antes ela tinha que procurar um profissional para cuidar de suas emoções. Antes disso não haveria resultados duradouros.

3. Interferência Emocional Doméstica:
Esse tipo de interferência muitas vezes se parece com assédio moral que surge na vida de um casal ou mesmo individualmente.
Trata-se de familiares, como tios,tias, sogras,sogros, cunhados ou cunhadas, mães e pais,maridos e mulheres,que exercem controle emocional sobre um dos cônjuges ou individuos, mesmo que morem em casas separadas.
O orçamento do casal ou de uma pessoa, está sempre comprometido com decisões da pessoa que os influenciam emocionalmente.
E a ação de escape mais comum,para obter algo para si mesmo ou agir por si mesmo, sem causar mais transtornos ou constrangimentos familiares é a tomada de empréstimos para satisfazer as pressões e ter menos sentimento de culpa.
É claro que tais casos terminam muitas vezes em divórcio, ou em casos de indivíduos, a morar sozinhos, longe da família, ou pelo menos para amenizar a influencia emocional negativa.
Exemplo 1:
Um casal com renda estável e acima dos demais membros da família foi pressionado pela família da esposa a emprestar o nome e para fazer compras a credito com promessa de honrar o compromisso. Ao solicitar meus serviços a esposa mencionou que se sentiria culpada se não ajudasse.
Resultado: Não honraram o compromisso e além de herdar as dívidas, ficou com nome incluído no SERASA, com perda de crédito. A primeira coisa que tinha que fazer nesse caso era aprender a dizer NÃO.
Exemplo 2:
Um marido cuja renda é de três salário mínimos não consegue se livrar das dívidas por que a esposa é consumista e o pressiona constantemente para atender suas necessidades de consumo.
Depende sempre de sua mãe para conseguir comprar a crédito e outros benefícios de consumo básico. Nesse caso, ou há consenso entre o casal nas questões de consumo ou não haverá limite de renda que seja suficiente para atender a demanda. Um caso típico em que o divórcio ronda o casal.

4. Educação dos filhos:
No artigo Consultor ou Super Nany abordo um exemplo típico desta situação.
Também é gerado por sentimento de culpa e a compensação é dar tudo aos filhos sem limites. Acontece com muitas famílias, sejam de renda alta ou baixa.
Nas de renda baixa, é gerado pela sensação de incapacidade de dar o que as outras crianças mais afortunadas podem ter. Então contraem empréstimos a fim de satisfazer pelo menos alguma expectativa da criança.
Nas de renda alta, a culpa é gerada pela ausência e não raro pela falta de afeto por parte de um dos cônjuges ou ambos. Então as crianças são o alvo para receber favores sem limites gerando assim crianças dependentes e arrogantes.
Nesses casos, a renda também nunca será suficiente por não saberem educar e impor limites sensatos.

5. Comparação:
“A grama do vizinho é sempre mais verde do que a nossa”.
No afã de não ficar para traz ou de não destoar do grupo social,não importando a classe, compra-se o que não pode a crédito,mesmo sem necessidade real.
O importante aqui é parecer importante. Parecer rico ou manter-se rico e chique é a prioridade.
Exemplo 1:
Um jovem que mora em um bairro de periferia comprou um tênis cujo valor é três vezes o valor de sua renda. A família depende constantemente de cestas básicas para suprir suas necessidades alimentar.
Exemplo 2:
Um casal de classe média alta comprou um carro top de linha para manter as aparências mesmo que o valor do IPVA seja metade de seu salário.
Vivem sempre no limite do cartão de crédito para atender outras necessidades.
Em vários casos há sempre a queixa que o dinheiro nunca é o suficiente. De fato, nunca será mesmo,para qualquer um de nós.


Não é questão de valores monetários e sim de valores educacionais, de caráter, de visão e objetivo de vida. Lidar com suas finanças familiares é uma questão de onde você quer chegar.
Defina seu objetivo de vida!
Sucesso sempre!
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