Sobre CLT e PJ
Eu preferiria receber meu salário
integralmente, bruto e muito bem remunerado.
Isso para que eu mesmo decidisse
o plano médico que melhor atendesse minhas necessidades familiares.
Para que eu
mesmo decidisse o melhor plano de previdência ou plano de seguros.
Para que eu pudesse escolher que
produtos comprar de alimentos, sem que eu ficasse procurando ou torcendo para
encontrar estabelecimentos que possam aceitar cartão alimentação ou cartão
refeição.
Eu decidiria as aplicações
financeiras por mim mesmo, sem que o Estado obrigasse o empregador a recolher
isso por mim. Dessa maneira ei financiaria minhas aquisições.
Eu preferiria que todos os
descontos fossem incorporados ao salário e que todos os bônus e benefícios
fossem incorporados a remuneração.
As empresas não precisariam ficar
presas
aos
encargos sobre folha
de pagamentos.
As empresas teriam um folego
financeiro para
investimentos em qualidade de trabalho, treinamentos e condições de aumento
de remuneração.
O sistema
de PJ é uma opção, mas ainda está longe de
ser ideal. Isso porque estamos há muito tempo acostumados com o
“paternalismo protetor” das empresas e Estado.
A CLT, há muito está
ultrapassada. Entendo que a CLT engessa as empresas. Mas sua manutenção, em
relação aos “direitos conquistados dos trabalhadores”, vem à tona por conta da Lei
de Terceirização.
No entanto, para que o
trabalhador receba seu salário bruto e muito bem remunerado e as empresas
livres dos encargos sociais da folha de pagamento, algumas outras mudanças
deveriam acontecer para que isso fosse viável no Brasil:
1- Qualificação e aprimoramento técnico dos trabalhadores.
Quanto mais competência e
habilidades nas diversas funções, sejam elas fins ou meios, melhor para o
trabalhador perceber melhores remunerações em sua categoria. Essas habilidades,
técnicas e atitudes, deveriam integrar o trabalhador em sua função, conectando-o
com as demais atividades e operações da empresa em que trabalha. Seria
desenvolver o profissionalismo em cada função. Além do que, a educação
é o fundamento da prosperidade.
2- Estruturas e políticas econômicas estáveis e baixa inflação.
Não há como o trabalhador ou
mesmo as empresas crescerem economicamente, onde o país tem inflação alta e
políticas econômicas desfavoráveis, tal como acontece no Brasil há pelo menos
oito anos.
3- Redução drásticas da carga tributária para empresas e empregadores.
Quem garante o pão na mesa do
trabalhador são as empresas e não o governo.
As empresas têm que arcar com uma
alta carga tributária, taxas, e outras formas burocráticas para sobreviver para
garantir os empregos da população onde se insere.
Com tantos impostos, sobra menos
para investimentos em capacitação, qualidade de vida e margem para aumento de
remuneração.
4- Redução dos impostos e de carga tributária geral.
Nosso país tem uma carga
tributária escorchante e, em troca, nos oferece péssimos serviços, os quais,
sem a “proteção” do Estado, o trabalhador não consegue por si só, bancar
necessidades como boa saúde e educação. Isso soa como irônico não é?
5- Infraestrutura e organização do Estado.
São poucas
as cidades do pais em que há uma boa infraestrutura viária, móvel e
transporte, bem como aparelhos como Postos de Saúde, Hospitais, Escolas, Coleta
de Lixo, e um centros comerciais bem distribuídos, as quais podem oferecer
melhor qualidade de vida.
O Brasil, vem sofrendo com falta
de investimentos nas áreas mais básicas como energia e recursos hídricos.
Nossas estradas mais parecem crateras lunares. Talvez seja mais fácil transitar
na Lua do que em nossas estradas. Isso
sem mencionar a burocracia e descaso nos diversos setores públicos, em todas as
esferas governamentais.
6- Estado e Empresa Paternalista
Desde o Império, somos induzidos
a depender
do Estado para tudo. A
CLT é um conjunto de leis
paternalistas, as quais “garantem” ao trabalhador benefícios e proteção
contra seu empregador, ou mal empregador.
Assim, segue-se um modelo paternalista
empresarial, onde a empresa deve pagar por benefícios além do salário, os
quais o trabalhador não tem, (ou supõe-se que não tem) como pagar por si
mesmos, ou como “proteção”
adicional contra os maus serviços oferecidos ou não oferecidos pelo Estado.
Sem tais benefícios adicionais, é
muito difícil fazer contratações. Geralmente, o trabalhador escolhe as empresas
onde quer trabalhar, baseando-se
principalmente nos benefícios oferecidos, uma vez que o salário da
categoria funcional é semelhante com poucas variações.
MEI |
Somos criados e educados para
sermos empregados. Mesmo para as profissões mais tradicionais. Antes o objetivo
era abrir seu próprio escritório ou consultório. Mas com tanta concorrência e a
carga tributária, a solução tem sido ou trabalhar para grandes empresa, ou, na
melhor das hipóteses, passar num concurso e trabalhar para o governo. É
garantia de estabilidade até a aposentadoria, fora os benefícios que geralmente
são pra lá de convidativos.
Esse perfil de ser empregado
dificulta o trabalhador para seguir um caminho onde possa ser senhor da conquista
de sua prosperidade. Isso é percebido quando uma classe pretende aumento de
salários somente por meio de greves. Embora seja uma ação legítimo, pouco faz
para sua prosperidade, uma vez quem de tempos em tempos tenha que recorrer a
mesma ação, que é desgastante.
Atualmente temos o MEI
para quem desejar sair da informalidade e o SEBRAE que dá apoio para quem deseja criar
e desenvolver um negócio próprio.
8. Educação Financeira
Imagem de Familia.com.br |
Mesmo com toda o protecionismo
paternal das empresa e Estado em relação ao destino de parte dos salários dos
trabalhadores, um
alto percentual deles não sabem organizar suas finanças, mesmo os que
ganham salários elevados.
Para a maioria das famílias,
decidir sobre o uso do dinheiro dos descontos agregados ao salário, seria
desastroso, uma vez que, esse dinheiro poderia facilmente desviado para outras
coisas. E na hora de precisão, não teria a quem recorrer.
Faz-se necessário um programa
regular de educação financeira nas empresas, no currículo escolar e nas
comunidades.
Em resumo, para que o Estado e as empresas deixem de ser
paternalistas, são necessárias tais conjuntos de mudanças e ações. E o próprio
trabalhador tem que desejar agir mais por conta própria e começar a ser o
senhor de seu próprio destino.
Quem sabe, as novas gerações
comecem tais mudanças.
Veja como ficaria os vencimentos
de um trabalhador, numa realidade onde pudesse recebe-lo com valor bruto total
para decidir como quisesse o destino de seu dinheiro.
Demonstrativo
de Vencimentos
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|||
Descrição
|
Vencimentos
|
Descontos
|
Cálculo
|
Salários
|
2.210,00
|
||
Abono
Alimentação
|
394,00
|
||
Salário
Família
|
39,40
|
||
Transporte
|
300,00
|
||
Plano
de Saúde
|
199,67
|
||
Previdência
Privada
|
335,14
|
||
Seguro
|
45,00
|
||
Totais
|
2643,40
|
879,81
|
|
Liquido
|
1763,59
|
||
Salário
Bruto Total
|
3523,21
|
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